domingo, 25 de março de 2007

La Belle Époque







Tradução: A Bela Época (foi do final do século XIX até 1910)








Passou-se a se valorizar muito as curvas do corpo feminino e nunca a cintura fora tão afunilada. O ideal feminino era ter 40 cm de cintura e, para isso, as mulheres recorriam a cirurgias por meio das quais pudessem tirar as costelas flutuantes e deformar mais ainda seus corpos com o uso do espartilho.







Durante esse período, o corpo feminino também passou a ser muito coberto por tecidos. Todas as partes do corpo ficavam ocultas exceto as mãos e as faces, isso se não fossem usadas luvas. Usavam-se golas altas cobrindo o pescoço, saias em forma de sino com as quais as mulheres não conseguiam andar se não dessem pequenos passos, botas para evitar o indecoroso aparecimento de suas canelas e adornos de chapéus como flores enfeitando coques fofos.




Outra novidade, foi a masculinização do visual feminino para que as mulheres pudessem andar de bicicleta ou a cavalo mais confortavelmente, usando um traje mais esportido. Surgiram assim, uma espécie de saia-calção bufante e, mais tarde, com a incorporação dessas roupas ao dia-a-dia, o tailleur (terninho feminino). este último foi adotado pelas mulheres que viviam nas cidades.







Começou também a se tomar banho de mar como forma de lazer, o que antes tinha funções terapeuticas. Mas a roupa que usavam era muito diferente da atual: era de malha (normalmente em fios de lã) e cobria os troncos e ia até os joelhos, além de se entrar no mar de meias e de sapatos.

Na alta- costura, surgiram nomes como Worth, Jacques Doucet e John Redfert.

A moda masculina não teve mudanças significativas como a feminina.

Bom, em relação às roupas, é isso. Espero que eu tenha sido bem clara ao descrever o que e como tudo era usado e como isso pode ser considerado uma forma de expressar o sentimento de um grupo de pessoas ou de toda sociedade (por exemplo, os românticos tinham uma maneira própria que os diferenciava dos demais, enquanto , na inglaterra, todos ficaram de luto com as rainha...). Pra quem achou cafona as roupas que eu mostrei, cabe dizer que aquela época era muito diferente da que vivemos. E para quem, como eu, achou um absurdo a forma como as mulheres deformavam seu próprio corpo por um ideal de beleza (que, hoje em dia, está totalmente "fora de moda"), vale pensar que atualmente apesar de os objetivos serem outros os meios para se chegar lá também são bem drásticos (como cirurgias plásticas e distúrbios alimentares como anorexia e bulimia, etc).

A Era Vitoriana

No início do reinado da rainha Vitória (que vai de 1837 até 1901), prevalece um extremo recato feminino com mangas coladas, crenolina e pesadas vestes. As mulheres usavam muitas roupas e acessórios: vários corpetes, três ou mais anáguas, vestidos com, as vezes, 20 metros de lã e cheio de adornos, saia de armação, mais um pesado xale (quando saía de casa) e uma grande touca ou chapéu totalmente decorados. Todo esse conjunto poderia chegar a 15 quilos.


Outro acessório que não podia ser deixado de lado na época era o espartilho. Consistia em uma armação de arame, madeira e barbatanas de baleia revestida de tecido que tinha cordões na frente e atrás e era colocado no tronco das mulheres. Sua função era levantar os seios para fazê-los parecerem maiores, empurrar o quadril para trás e pressionar a barriga para dentro. O uso desse artefato dificultava a respiração, fazia mal à coluna, deformava os órgãos internos, tornava difícil se sentar ou subir escadas e podia levar até ao aborto. Mas, como deixava o corpo da mulher semelhante a um violão, era usado pela maioria, inclusive crianças a partir de 3 ou 4 anos.




Toda essa pesada vestimenta mais o espartilho, conferiam as mulheres um aspecto frágil, vulnerável, algo entre criança e anjo (inocentes, tímidas, sensíveis...). E esse era o visual apreciado na época: mulheres com cabelos cacheados, pequenas, ombros caídos, boca pequenina, etc. Enfim, uma mulher ser cheia de vida, saudável não era algo muito apreciado na época, ao contrário o ideal era ser o mais apática e fraca possível.



Depois disso, a rainha Vitória se casou, o que representou o auge da valorização da moral na Inglaterra. Mas, em seguida, seu esposo morre, deixando - lhe de luto pelo resto da vida. Com o luto de sua rainha, os britânicos e americanos se vestiram de preto, em um luto extremo e elaborado. Enfim, o preto se popularizou entre mulheres e crianças que ficavam anos de luto por seus parentes. Nessa época, os decotes também subiram.



Pois bem, a era vitoriana acaba assim com cores escuras numa forma de todos ficarem de luto junto com sua rainha. Isso só acaba com o início da La Belle Époque.

Quarto tópico ---> La Belle Époque

Romantismo

O Romantismo foi ,muito mais do que uma forma das pessoas se vestirem durante o século XIX, uma maneira de ver o mundo e se relacionar com ele. Abrange a literatura, arquitetura, pintura, música, teatro, etc e se caracterizou por um forte nacionalismo, um sentimento de valorização do próprio país. Isso aparece bastante, tanto na literatura (em todo tipo de arte, na verdade), por exemplo, na qual os escritores europeus falavam sobre os nobres cavaleiros medievais e os brasileiros, sobre os índios; como na moda, pois as moças queriam ser as antigas damas da sociedade medieval (como Maria Stuart, Lucrécia Bórgia, etc) e os rapazes, os cavaleiros, corsários, cruzados...


Sendo assim, na Europa, estava "em alta" o visual medieval. Paris estava cheia de moças usando saias compridas com caudas e de tecidos estampados, corseletes de mangas bufantes e competindo para ver qual usava o sapato de bico mais fino; e de rapazes com calças curtas e gibão com recortes sob casacos de arminho, além de adagas no cinto. Quanto aos penteados, meninas mantinham os cabelos compridos e lisos e os prendiam à testa com correntes de ouro e prata. Já os meninos, usavam bonés de veludo de arqueiros sobre a cabeleira e a barba parecia a de um rei assírio.




As roupas eram copiadas dos retratos medievais. E foi nessa época que ressurgiram as mangas presuntos, remanescentes da Renascença, que eram sustentadas por barbatanas ou bolas cheias de espuma. O ombro feminino deveria ser grande assim como as mangas, e, para acompanhar, as saias eram bufantes e os chapéus, gigantescos. Usavam-se também xales delicadamente bordados ou rendados sobre os vestidos e pequenas bolsas de couro à cintura. As mulheres, diferentemente das jovens, usavam os cabelos revoltos e ondulados sob chapéus altos e de abas largas




Depois dessa primeira parte do romantismo, a moda passou a ser um movimento cultural que separava os românticos do resto do mundo, por eles rejeitado, burguês. Assim, as cores se desbotaram como forma de protesto à realidade burguesa que existia na época (lembrando que o triunfo burguês só veio a partir da segunda metade do século XIX).

Surgia, então, um conjunto de características consideradas ideais. Os homens deveriam ser morenos, com um olhar selvagem, brilhante de paixão, parecer fatal, sombrio, esmagado pelo próprio destino, desiludido 9uma aparência meio mórbida). Deveria gostar da noite e da escuridão (bayronismo), ser anti-burguês, não usar colarinho, nem camiseta branca. Seus cabelos tinham a aparência de selvagem pois tinham apreço pela aparência da natureza (queriam ser os mais naturais possíveis). Lavavam o cabelo com substância que tingiam seus fios de cores escuras as quais tanto apreciavam ou raspavam a cabeça para deixar a testa maior, além de fazerem a sombrancelha para que ficasse mais arqueada dando-lhes uma aparência agressiva. A barba era uma forma de expressão, muitas vezes, política: pontuda, dava um ar satânico; larga, sinalizava os partidários do regime inauguradopela malsucedida revolução suíça; pontiaguda, era a dos contra o bonapartismo; e a não aparada era o atributo ao republicanismo


Esse amor à natureza e essa revolta trouxeram à moda cores sombrias, melancólicas ou de paixões devoradoras como: o fundo da garrafa, o marrom avermelhado, a cor da asa da graúna (preto)...


Em relação à aparência feminina havia dois extremos: ou as moças queriam ser morenas, ardentes, espanholas; ou, ao contrário, transparentes, fracas, pálidas, frágeis, de aparência doentia mesmo. Para conseguirem esse efeito, tomavam vinagre e comiam limões, usavam corpetes entrelaçados, deixavam de comer, cavavam a bochecha com os dentes para não terem um aspecto sadio, usavam alucinógenos para possuirem um olhar vago desiludido, etc. Enfim, quase que desejavam uma tuberculose ou outra doença qualquer para poderem ser "chics".

Como podemos ver, os românticos começaram revivendo a sua história, reutilizando modelitos de muitos séculos anteriores, revivendo um período muito glorioso, cheio de luxos e ostentação por parte dos nobres. Depois, começaram a ficar melancólicos e mórbidos, o que se refletiu muito nas cores e na aparência das pessoas.

Referência: http://www.fashionbubbles.com/2006/romanticos/ ---> imagens e conteúdos

Terceiro tópico ---> Era Vitoriana

Império

Esse foi o período inicial do século XIX correspondendo ao período em que Napoleão I foi o Imperador da França (1804 - 1815). Acontece que as transformações no vestuário que consolidaram os trajes durante império, se iniciaram a partir do término da Revolução Francesa, motivo pelo qual irei citá-las.

Depois da Revolução Francesa, as pessoas preferiam muito mais roupas confortáveis do que estravagantes e ostensivas, parando de usar muitos bordados, perucas, penteados trabalhosos, corpetes ...E houve também uma certa influência dos campos ingleses na moda, principalmente, a masculina. Sendo assim, passou a fazer parte do guarda-roupa dos homens casacos de caça, botas, golas altas e lenços amarrados no pescoço.

Até o período do império napoleônico, a moda masculina não sofreu grandes mudanças, continuando a ser influenciada pelos ingleses cuja alfaiataria estava em ascensão. O que vai marcar é o uso de calças de casemira principalmente que molda o corpo de seu usuário.


As mulheres também adotaram uma certa simplicidade, usando vestidos de tecidos leves (como o mousseline e a cambraia) semelhantes à camisolas de cintura alta e normalmente na cor branca.

Durante o Consulado e Diretório franceses houve uma certa incorporação de valores gregos e romanos, o que acabou garantindo às roupas femininas um toque clássico, além do conforto no império. Napoleão também influenciou muito a confecção das roupas francesas. Por querer desenvolver a indústria têxtil francesa, proibiu a compra de mousseline e algodão da Índia e a repetição de roupas pelas damas da corte. Houve também o surgimento de um acessório muito usado durante a era das revoluções: o xale.

Enfim, resumindo durante o Império, ou melhor, a partir da Revolução Francesa, houve uma rejeição por parte da população ao Antigo Regime que se propagou à moda, de forma que todas as tendências dessa época foram deixadas de lado.

Referência --->http://modamodamoda.zip.net/

Segundo tópico ---> Romantismo

Roupas no século XIX

A primeira coisa sobre a qual decidi começar a falar são as roupas que se usavam nesse "longo século". O problema é que, obviamente, as pessoas não adotaram um único estilo para se vestir durante 100 anos e nem todos os países se trajavam semelhantemente. Sendo assim, resolvi me centrar na moda em dois países europeus: a França e a Inglaterra. O primeiro por ter sido o local onde mais se desenvolveu a indústria de luxo e por ser considerado um modelo de elegância e sofisticação a ser copiado por inúmeros outros países e o segundo por, em virtude da religião e da rainha Vitória, ter adotado um estilo um pouco diferente do europeu.

Quando eu estava pesquisando sobre esse assunto, achei em um site uma divisão sobre a moda dessa época que achei muito interessante e resolvi adotar. Segundo essa página na web, o século XIX, quanto à moda pode ser dividido em: Império, Romantismo, Era Vitoriana e La Belle Époque.

Referências: http://modamodamoda.zip.net/--> essa divisão

Primeiro tópico ---> IMPÉRIO

quarta-feira, 7 de março de 2007

Frases sobre Moda

Para mim, antes de começar a falar sobre a moda no "longo século", é importante estabelecer uma definição para essa palavra. Para isso, utilizei frases de pessoas célebres que estabeleciam esse conceito. Veja:

"A moda é a transmissão da civilização." (Pierre Cardin)

"Com a primeira folha de parreira surgiu o primeiro problema da moda feminina: onde colocá-la?" (Leon Eliachar)

"A moda é um ridículo que não teme objeções." (Honoré de Balzac)

"Louvam-se ou criticam-se muitas coisas porque está na moda louvá-las ou criticá-las." (François de La Rochefoucauld)

"A moda é o refinamento que corre à frente da vulgaridade e teme ser ultrapassado." (William Hazlitt)

"Tão ridículo é fugir da moda como enfrentá-la." (Jean de La Bruyère)

"A própria moda e os países determinam aquilo a que se chama beleza." (Blaise Pascal)

"A moda morre nova. É isso que torna grave a sua leviandade." (Jean Cocteau)

"Sendo a moda a imitação de quem pretende dar nas vistas àqueles que não o desejam, resulta daqui que ela muda automaticamente. Mas os comerciantes acertam esse relógio." (Paul Valéry)

"Já imaginou a monotonia da moda sem as cores, os perfumes?..." (Pierre Cardin)

"Quando se diz que um escritor está na moda, isso quer dizer que ele é admirado por menores de trinta anos." (George Orwell)

"Em matéria de moda, são os loucos que ditam a lei aos sensatos, as cortesãs que a impõem às mulheres honestas, e o melhor que temos a fazer é respeitá-la." (Denis Diderot)

"A moda é uma variação tão intolerável do horror que tem de ser mudada de seis em seis meses." (Oscar Wilde)

"Para uma ideia é de péssimo agouro estar na moda, pois significa que em seguida tornar-se-á antiquada para sempre." (George Santayana)

"A moda, afinal, não passa de uma epidemia induzida." (George Bernard Shaw)

"A mulher considerar-se-ia desgraçada, se a natureza a tivesse feito como a moda a faz andar." (Julie Lespinasse)

"A moda dos casais trocados é relativamente nova. Quer dizer, desejar a mulher do próximo é antigo como os dez mandamentos; a novidade é o próximo gostar da idéia e desejar a sua mulher também." (Luís Fernando Veríssimo)

"Um mundo sem a moda seria cinza e triste, e milhões de pessoas não teriam do que viver." (Pierre Cardin)

"Sempre haverá necessidade de uma moda esportiva e essencial. É assim que nos vestimos no dia-a-dia." (Donna Karan)
Inicialmente, eu tinha decidido colocar o que estava na moda usar no século XIX em termos de acessórios femininos. Mas, pensando melhor, decidi abordar tudo que "estava na moda" nessa época. Enfim, o que eles usavam, como se comportavam, o que bebiam, o que comiam, o que pensavam,todas as tendências, tudo que consideravam elegante, etc.
Espero assim enriquecer o meu blog e tenho certeza que assunto não vai me faltar!!!

domingo, 4 de março de 2007

Nossa, quando a professora Silvana nos falou para escolher algo de que a gente gostasse para fazer esse blog, eu realmente não sabia o que escolher, afinal eu gosto de tantas coisas diferentes...
Então eu resolvi, simplesmente, escolher uma coisa que contesse mais coisas das quais eu gosto. Na verdade, foi uma tarefa um pouco complicada, já que muitas delas não têm nenhuma relação. Felizmente, acabei chegando a uma conclusão: abordar a indústria de luxo da França.
Minha escolha se deve ao fato de adorar perfumes, maquiagens, roupas, enfim todos os acessórios femininos, além de, falando sobre esse assunto, eu posso mostrar fotos da época, como a França influenciou a Europa e até suas colônias, etc.
É isso, espero ter muito o que falar ainda nesse blog, me aguardem!!